MODELOS DE RESPOSTA SEXUAL HUMANA
"Nas décadas de 60 e 70, Willian Masters e Virgínia Johnson realizaram estudos experimentais sobre a resposta sexual humana. Sua teoria foi formulada em laboratório onde era possível pesquisar cientificamente as modificações do corpo durante a atividade sexual. Masters e Johnson contaram com o apoio de pessoas voluntárias que permitiram o monitoramento das atividades sexuais através de um aparelho criado para detectar alterações de cor e temperatura corporais. Os autores concluíram que havia um padrão de resposta sexual para homens e mulheres, o qual foi chamado de Ciclo de Resposta Sexual Humana. Esse ciclo possui quatro fases distintas: excitação, platô, orgasmo e resolução. Esse modelo leva em consideração tanto os estímulos internos (desejos e fantasias) quanto os externos (provocados através dos sentidos).
Entretanto, o modelo explicativo de Masters e Johnson apresentava algumas falhas e irregularidades, pois os aspectos subjetivos e particulares da resposta sexual não eram considerados.
Partindo dessas falhas e na tentativa de superá-las e aprimorá-las, a psiquiatra Helen Kaplan, em 1979, completa o modelo da resposta sexual adicionando ao ciclo de Masters e Johnson o “Desejo”. Para a autora, antes da fase de excitação, o desejo era elemento fundamental da sexualidade. E, como as mulheres, após chegarem ao orgasmo, se estimuladas conseguem atingir o clímax quantas mais vezes forem possíveis, a fase de resolução não entra no seu modelo de resposta sexual." http://comsentir.com.br/modelos-biologicos-da-resposta-sexual/

a) Modelo Tradicional
Nos modelos tradicionais citados acima, os eventos prosseguem em etapas ordenadas. O desejo é necessariamente a 1ª etapa, a excitação a segunda e o orgasmo é a meta explícita, embora nem sempre seja alcançada., seguido da etapa da resolução. "Uma importante diferença entre os sexos está no fato de o orgasmo masculino ser seguido de um período refratário mais longo, enquanto múltiplos orgasmos sequenciais podem ser mais prontamente alcançados nas mulheres." (Potter J. Female sexuality: assessing satisfaction and addressing problems. ACP Medicine. 2009;1-23.)
Os modelos tradicionais de resposta sexual humana são lineares. Nos homens (a), o orgasmo é seguido de um período refratário, após o qual uma nova estimulação (linha azul) pode novamente produzir excitação e levar a um 2º orgasmo. As mulheres (b) podem ter apenas um único orgasmo (linha azul), múltiplos orgasmos (linha preta) ou atingirem um platô sem orgasmo (linha cinza). |
MODELO TRADICIONAL
"A resposta sexual segue um padrão de estágios seqüenciais ou fases quando a atividade sexual continua. Primeiro, há a Fase de excitação marcada pelo aumento do pulso e da pressão sanguínea , aumento do suprimento de sangue na superfície do corpo, resultando em aumento da temperatura da pele, rubor e inchaço de todas as partes do corpo distensíveis (especialmente no peito e no peito feminino), mais rápido Respiração, secreção de fluidos genitais, expansão vaginal e aumento geral da tensão muscular.
Estes sintomas de excitação eventualmente aumentam para um nível fisiológico quase máximo, a Fase Platô , que geralmente é de curta duração. Se a estimulação continuar, o orgasmo geralmente ocorre. O orgasmo é marcado por um sentimento de prazer intenso súbito, aumento abrupto dao batimento cardíaco e pressão sanguínea e espasmos dos músculos pélvicos causando contrações vaginais na fêmea e ejaculação pelo macho. Também pode ocorrer vocalização involuntária. O orgasmo dura alguns segundos (normalmente não mais de dez), após o qual o indivíduo entra na Fase de Resolução , o retorno a um estado fisiológico normal ou subnormal.
Até a fase de resolução, os machos e as fêmeas são os mesmos em sua sequência de resposta, mas, enquanto os machos retornam ao normal, mesmo que a estimulação continue, a estimulação contínua pode produzir orgasmos adicionais nas fêmeas.
Em resumo, após um orgasmo, um macho não responde à estimulação sexual e não pode começar a construir outra fase de excitação até que algum período de tempo tenha decorrido, mas as fêmeas são fisicamente capazes de orgasmos repetidos [orgasmos múltiplos]sem o "período de repouso" exigido pelos homens." https://www.britannica.com/topic/human-sexual-behaviour Encyclopædia Britannica Abril 10, 2016
b) Modelo Circular
"Basson desenvolveu um novo modelo de resposta sexual, em uma tentativa de transmitir mais habilmente a complexidade da função sexual feminina.17 Este modelo é circular e contém múltiplas alças de retroalimentação, por meio das quais o desejo sexual e a excitação podem ser intensificados ou inibidos [Figura 3]. O desejo espontâneo não é necessariamente um fator a ser incluído no ciclo. Apenas o sentimento de proximidade emocional e o engajamento em toques íntimos pode levar à excitação. Este modelo mais realista reconhece o fato de que a resposta subjetiva (proximidade emocional com o parceiro durante a atividade sexual) pode ser tão importante para algumas mulheres quanto a resposta física (atingir o orgasmo)." (Potter J. Female sexuality: assessing satisfaction and addressing problems. ACP Medicine. 2009;1-23.)

Ao final da década de 1990, Rosemary Basson, psiquiatra canadense, , acrescentou ao modelo tradicional aspectos relacionados à receptividade da mulher à experiência sexual. Nesse modelo alternativo, o desejo por intimidade, ao invés de um impulso biológico, desencadearia em muitas mulheres o ciclo de resposta sexual. Esse novo modelo da resposta sexual feminina sublinha a interdependência das relações e dos fatores da função sexual em mulheres. Portanto, a sexualidade e a função sexual em mulheres (em sua maioria) segue uma trajetória circular em que estímulos emocionais e de relacionamento são questões que desempenham um papel fundamental e o desejo sexual intrínseco desempenha um papel muito menor.
1ª. Fase: Início da atividade sexual com motivação não necessariamente sexual.
2ª. Fase: Receptividade ao estímulo sexual em contexto adequado, identificação da excitação sexual potencial (excitação subjetiva e resposta física), desencadeando a responsividade biológica.
3ª. Fase: Vivência da excitação subjetiva, que também pode desencadear a consciência de desejo sexual.
4ª. Fase: Aumento na intensidade da excitação e do desejo responsivo, podendo ou não ocorrer o alívio orgástico.
5ª. Fase: Satisfação física e emocional, aumentando a receptividade para iniciar a atividade sexual na próxima vez, o que fecha, portanto, um modelo circular. Havendo insatisfação física ou emocional, diminui a motivação para ser ativa sexualmente no futuro.Observou-se que o desejo inato ou espontâneo, experimentado anteriormente ao início da estimulação, pode algumas vezes estar presente, desencadeando o ciclo da resposta sexual e substituindo as duas primeiras fases. Caracteriza-se, neste caso, uma combinação com o modelo tradicional. Estabeleceu-se a ressalva de que a ausência do desejo espontâneo não caracteriza uma disfunção sexual.

FONTES:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/5802/sexualidade_feminina_avaliando_a_satisfacao_e_abordando_os_problemas_%E2%80%93_jennifer_potter.htm (Sexualidade feminina avaliando a satisfação e abordando os problemas – Jennifer Potter)
https://www.britannica.com/topic/human-sexual-behaviour Encyclopædia Britannica Abril 10, 2016
http://comsentir.com.br/modelos-biologicos-da-resposta-sexual/
http://comsentir.com.br/modelos-biologicos-da-resposta-sexual/
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